quarta-feira, 12 de setembro de 2012

A SAGA DO FILHO TREZE

A SAGA DO “FILHO TREZE”
         ( autobiografia)
                     I
Nesse cordel, caros leitores,
Do número treze eu vou falar
Provando que ele representa
Para algumas pessoas o azar
Eu sou o décimo terceiro filho
E quero assim me apresentar
Não conheci nem meus avós...
Pois demorei muito a chegar!
                    II
Meu pai treze anos mais velho
Quando com  mamãe se casou
E já possuía três outras filhas
Com a esposa que Deus levou
Com mamãe vieram outros dez
Com esse caçula que chegou
Pra completar a grande prole
E honrar o nome que herdou!
                  III
Tenho dois emes no meu nome
Mas isso não mudou os planos
Sou mais velho que a esposa
Também por mais treze anos
O número da minha residência
Não me causou quaisquer danos
Quatrocentos e dezoito somados
Dá treze, sem cometer enganos!
                     IV
Quando eu nasci nesse mundo
De enxoval eu não tinha nada
Usei as toucas de uma boneca
E minha roupa era emprestada
Acho até que eu vim a mais...
Foi surpresa a minha chegada
Mas ser filho dos meus pais
É orgulho e muito me agrada!
                       V
A minha vida foi muito difícil
Fui um garoto franzino e doente
Entrei pra escola só aos 9 anos
Fui teimoso e até persistente
E conclui o quarto ano escolar
Esse foi um grandioso presente
Dentre os que papai pôde me dar
Além desse seu caráter decente!
                     VI
Pra conquistar esse meu espaço
Eu não tive nenhuma facilidade
E sendo último e número treze
Fui órfão aos 12 anos de idade
Sem papai e um irmão mais novo
Tive que enfrentar a maldade!
Fui até vítima de abuso sexual
Porém, não perdi a dignidade!
                  VII
Perdi infância e adolescência
Para trabalhar como bóia fria,
Eu e a mamãe lutamos juntos,
Na busca do pão de cada dia
Enfrentávamos as madrugadas
Só miséria à nossa porta batia,
Era muito difícil nossa rotina
Por isso estudar eu não podia!
                  VIII
Para mim jamais houve moleza
Eu fui sempre muito dedicado
Tendo que me abdicar da escola
Este sonho ficou então adiado
Mas encontrei a porta aberta
Na casa do Biroli meu cunhado
Que nos acolheu com o carinho
De homem bom e predestinado...
                  IX
Hoje com todo orgulho e alegria
Eu sou um homem quase vencedor
Porque a tão sonhada felicidade
Dela eu não fui um conquistador
Construí meu lar e uma família
E também sou poeta e escritor,
Espero que me faça o bom Deus
Ser do céu, um dia merecedor!
                    X
Foram poucas as oportunidades
Mas as chances que tive agarrei
Eu não pude,porém nem escolher,
Todos esses caminhos que trilhei
E dos vícios que adquiri na vida
De quase todos eu já me livrei!
Carrego uma cruz mais pesada
Por erros que eu não pratiquei!
                     XI
Transformei-me até em papai Noel
Para alimentar muitas esperanças,
E nesse pequeno gesto de nobreza
Apago as minhas tristes lembranças
Sem esquecer a infância de pobreza
Onde fui alvo de muitas cobranças
Preparo-me durante o ano inteiro,
Para fazer a alegria das crianças!
                     XII
Procuro ser alegre com as pessoas
Sem demonstrar o que sou na vida
Gosto de escrever belas mensagens
Pra esconder a minha alma sofrida
Da morte jamais irei sentir medo
Porque só ando de cabeça erguida
E não tenho nenhum outro segredo
Para minha história não ser lida!
                   XIII
Nestes anos conquistei coisas boas,
Por outras lutei e não pude conseguir...
Nada me amedronta mais no mundo
E nem tira esse meu direito de sorrir
Só a falta de lealdade e uma traição
Que podem minha amizade destruir!
Com treze estrofes termino o cordel
E espero ainda, treze amigos possuir!

Autor: Mauro Máximo da Silva

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